domingo, 28 de junho de 2009

Verdadeira Primavera

Tenho sofrido, o bom do sofrer! A morte do objecto experimento num corropio quase que viciante... que se lixem os olhos, esses invejosos! que se lixem as mãos, essas insensíveis! De te ver tenho sido privado, o toque não passa de um sonho... Mas sinto! Sinto o turbilhão das emoções, da loucura ao vício, tudo me cheira a ti, e cheiro-te....aaaahhh! Cheiras-me a amor infinito, daquele que as mais frescas rosas (brancas concerteza!) emanam e cujas pétalas, abraçados entre peitos havemos de esmagar!
[tenho andado longe daqui. O Scott, esse insensível, tanto quanto consta, também tem andado afastado. Cá para mim está para ali sentado à beira rio, de pés mergulhados e mãos dadas ao nada, a saborear a gélida corrente que passa e só seu coração aquece. Houve alturas em que invejei tal criatura! Cheguei a acreditar que não havia felicidade, nem tão pouco no rosto da minha mãe...]
[Mas.]
Cada vez mais estou convencido do contrário, e é este convencimento que me fez regressar a mim, Mr. Brightside, a este humilde estabelecimento... E se a morte, a morte do meu corpo for o único meio que tenho para te sentir, morrerei e nascerei as vezes necessárias para que o meu coração, esse eterno na tua presença e à tua imagem concebido, bata, e ao som da beleza do teu sorriso meus dias de ilusão preencha.
[Mas.]
pela primeira vez experimento este sabor. Não é mais o limão ou o rasgão fugaz, de uma qualquer paixão, que por algumas vezes na vida usamos sentir. É a certeza deste sabor e o fascínio deste cheiro que me fazem acreditar. Acreditar no dia em que não terei de esperar pela noite e pela prostração do meu corpo, para, numa perfeita união de físico, razão e coração, convidar-te a sentir o "boom-boom" do único lugar que encontrarás concebido à tua imagem neste enorme jardim. Ficarás a conhecer o quão bem te quero, nesse dia... Um dia que será do teu nome, um dia de "verdadeira primavera"...