sexta-feira, 31 de julho de 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

5 seg.

Quando o pouco é muito. Tenho que dizê-lo! Que se escrevam os mais belos livros, que se pintem as mais belas telas, que se entoem os mais perfeitos acordes, que jorre o néctar e que as flores se evaporem no ar!... Nada! Nada chega! A Primavera nunca será da sensação, a verdadeira primavera é composta de emoção! Tal como a arte!

[e por isso] obrigado! Obrigado por 5 fugazes segundos! Obrigado por passares! Obrigado por manteres intacto esse brilho, essa beleza, obrigado pela arte que és!

[e sinto] 5 segundos de verdadeira arte alimentam uma promessa de 50 anos e um sem fim de dias de ilusão preenchem...

domingo, 28 de junho de 2009

Verdadeira Primavera

Tenho sofrido, o bom do sofrer! A morte do objecto experimento num corropio quase que viciante... que se lixem os olhos, esses invejosos! que se lixem as mãos, essas insensíveis! De te ver tenho sido privado, o toque não passa de um sonho... Mas sinto! Sinto o turbilhão das emoções, da loucura ao vício, tudo me cheira a ti, e cheiro-te....aaaahhh! Cheiras-me a amor infinito, daquele que as mais frescas rosas (brancas concerteza!) emanam e cujas pétalas, abraçados entre peitos havemos de esmagar!
[tenho andado longe daqui. O Scott, esse insensível, tanto quanto consta, também tem andado afastado. Cá para mim está para ali sentado à beira rio, de pés mergulhados e mãos dadas ao nada, a saborear a gélida corrente que passa e só seu coração aquece. Houve alturas em que invejei tal criatura! Cheguei a acreditar que não havia felicidade, nem tão pouco no rosto da minha mãe...]
[Mas.]
Cada vez mais estou convencido do contrário, e é este convencimento que me fez regressar a mim, Mr. Brightside, a este humilde estabelecimento... E se a morte, a morte do meu corpo for o único meio que tenho para te sentir, morrerei e nascerei as vezes necessárias para que o meu coração, esse eterno na tua presença e à tua imagem concebido, bata, e ao som da beleza do teu sorriso meus dias de ilusão preencha.
[Mas.]
pela primeira vez experimento este sabor. Não é mais o limão ou o rasgão fugaz, de uma qualquer paixão, que por algumas vezes na vida usamos sentir. É a certeza deste sabor e o fascínio deste cheiro que me fazem acreditar. Acreditar no dia em que não terei de esperar pela noite e pela prostração do meu corpo, para, numa perfeita união de físico, razão e coração, convidar-te a sentir o "boom-boom" do único lugar que encontrarás concebido à tua imagem neste enorme jardim. Ficarás a conhecer o quão bem te quero, nesse dia... Um dia que será do teu nome, um dia de "verdadeira primavera"...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O Ventre

Ao Mr. Brightside:

Vives sob o pó que o desgaste de viver produz. Esse irritante pó, ver não deixa. Esse sufocante pó, respirar não deixa. Pó acumulado com o passar dos festejos de mais um aniversário, pobres aniversários... O pai, a mãe e a próxima família, mais próxima do que outras famílias, numa triste noite, no final de mais um triste dia de trabalho como que por uma obrigação mais fúnebra do que festiva, os "parabéns" cantam e os desejos exprimem. Gesto fúnebro. Felicidade passada, tristeza e morte no horizonte. Felizes eram quando não pensavas. Feliz eras quando para ti o mundo simples era de tanta complicação. Quando te deitavas, e a única certeza que existia era que o nada realmente existia. Jamais.
Jamais hoje será assim. A leveza e certeza do nada, hoje são espinhos naquela rosa a que só chegarás quando suas pétalas, cheiro e frescura queimadas estiverem pelas lágrimas de outros tantos como tu. A vida, essa ordinária, é para ser vivida morta! A agucidade e a dureza desses espinhos devem ser sentidas na nudez.
Assim viverás, pelo menos enquanto te sujeitares a esse irrespirável bafo que te oprime, e que a cada noite, a cada morte renascer te faz. Eu não acredito. Eu não vivo, Morro. Mas não sofro! Para mim tudo está muito claro, dualidades como a que vives para mim são impensáveis. A felicidade jamais será atingivel. A felicidade morreu no dia em que cresci. Morreu no dia em que a minha mãe me olhou, e por dentro chorou ao constatar que eu não era mais aquele menino de colo que ela amou e que por ele seu ventre vazou.